LUTO NA CULTURA
Sua trajetória artística foi marcada por autenticidade, irreverência e forte presença nas lutas sociais
Preta Gil não resistiu a um câncer agressivo no intestino (Foto: Divulgação)
A cantora, empresária e apresentadora Preta Gil não resistiu à luta contra o câncer e faleceu neste domingo (20), aos 50 anos, nos Estados Unidos. A informação foi confirmada por sua equipe. Preta estava em tratamento oncológico no intestino desde janeiro de 2023, quando tornou público o diagnóstico.
Ela estava internada em uma unidade de saúde especializada, mas, de acordo com a coluna de Fábia Oliveira, do Metrópoles, teve uma piora significativa no quadro clínico na última quarta-feira (16) e não resistiu.
Preta Maria Gadelha Gil Moreira nasceu em 8 de agosto de 1974, no Rio de Janeiro. Era filha do cantor e ex-ministro Gilberto Gil com Sandra Gadelha. Neta de Claudina e José Gil Moreira, sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa, Preta cresceu cercada por alguns dos principais nomes da música popular brasileira.
Autenticidade marcou carreira de Preta Gil
Sua trajetória artística foi marcada por autenticidade, irreverência e forte presença nas lutas sociais, em especial na defesa das mulheres, da população negra e da comunidade LGBTQIA+.
Preta deixa um filho, Francisco Gil, também conhecido como Fran, integrante do trio Gilsons, grupo formado com o tio José Gil e o primo João Gil.
Desde o anúncio do diagnóstico, em 2023, Preta Gil dividiu com o público detalhes do tratamento contra o adenocarcinoma na porção final do intestino.
Em setembro daquele ano, ela chegou a anunciar que havia vencido a doença após sessões de radioterapia, quimioterapia e cirurgia. No entanto, em 2024, surgiram novas complicações e a cantora precisou retomar o tratamento. Em maio deste ano, decidiu dar a última cartada do tratamento e rumou para os Estados Unidos apostar em um tratamento experimental.
Mais que artista, Preta Gil foi uma potência na publicidade inclusiva
A trajetória de Preta Gil ultrapassou os limites dos palcos e das câmeras. Muito antes da luta pública contra o câncer, que mobilizou o país, a artista carioca já travava outras batalhas: contra o racismo, a gordofobia, o machismo e o silenciamento de vozes dissidentes dentro da indústria cultural. Uma das maiores expressões desse enfrentamento foi a fundação da agência Mynd, criada por ela em parceria com a executiva Fátima Pissarra. A empresa se consolidou como uma das maiores do país no segmento de marketing de influência, gestão de imagem e publicidade digital voltada para a diversidade.
Fundada em 2017, a Mynd surgiu a partir do desejo de Preta e Fátima de construir um espaço onde artistas e criadores fora dos padrões tradicionais pudessem protagonizar campanhas publicitárias e ocupar espaços com liberdade. A visão de que diversidade é uma potência econômica e cultural esteve no centro do projeto desde o início.