POLÍTICA
Deputado diz que pode ser preso por chamar senador de “vagabundo”.
O deputado federal Gustavo Gayer (PL) publicou um vídeo com forte apelo emotivo nas redes sociais, nesta segunda-feira (1º), afirmando que corre o risco de ser cassado e até preso por ter chamado o senador Vanderlan Cardoso (PSD) de “vagabundo” em 2023, após a eleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a presidência do Senado.
O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF), e já foi convertido em ação penal. Gayer responde pelos crimes de calúnia, injúria e difamação. A pena, segundo o deputado, pode chegar a cinco anos de prisão, além da perda de mandato.
No vídeo, o parlamentar relata que o episódio ocorreu em fevereiro de 2023, quando se indignou com o apoio de Vanderlan à reeleição de Pacheco. De acordo o deputado bolsonarista, o senador teria ignorado pedidos da base conservadora e das igrejas evangélicas goianas para que votasse contra o presidente do Senado.
Após o resultado, Vanderlan foi confirmado presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o que, para Gayer, caracteriza uma troca de apoio por cargos.
“Eu fui até meu gabinete e gravei um vídeo. Estava revoltado, me sentindo traído. Chamei o Vanderlan de vagabundo. E agora, isso virou motivo para me cassarem e me prenderem”, disse o deputado. Ele também afirma que já pediu desculpas pessoalmente ao senador, mas que o processo foi mantido.
Gayer ainda alegou que Vanderlan só mantém a ação por razões políticas. “Hoje ele aparece com 4,7% nas pesquisas. Eu estou com 30%. A única chance que ele vê para continuar senador é se eu for preso”, declarou, exibindo uma pesquisa de um instituto com intenções de voto ao Senado em Goiás.
De acordo com Gayer, o processo no STF usa argumentos como “atentado ao Estado Democrático de Direito” e “tentativa de abolição do Estado Democrático por meios violentos” para justificar a ação penal. “Estão tratando o Vanderlan como se ele fosse a personificação do Estado Democrático de Direito”, ironizou.
Ao final do vídeo, o deputado afirmou que teme ser preso e perder suas redes sociais. “Estou deixando este vídeo gravado porque a qualquer momento pode sair uma decisão. Eu posso ser cassado, posso ser preso. Tudo isso porque chamei um senador de vagabundo”, disse.