Os comentaristas José Eduardo Cardozo e Caio Coppolla discutiram, nesta segunda-feira (17), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está isolado e diferente dos seus governos anteriores neste último mandato.
O questionamento acontece após uma carta do advogado e aliado do PT Antonio Carlos Almeida Castro, o Kakay, circular em grupos de aliados próximos do chefe do Executivo.
Ao longo do texto, Kakay caracterizou Lula como “isolado”, alguém que “não faz política”, de ter “pessoas com capacidade de falar o que ele teria que ouvir” ao seu lado. Além disso, disse que o presidente não recebe mais os “velhos amigos políticos”, e torce pelo crescimento de uma direita mais civilizada.
Para Coppolla, o advogado se sentiu “desprestigiado” pelo presidente, com quem teria perdido sua influência.
“O doutor Kakay se sente desprestigiado”, disse Coppolla. E complementou: “Acho muito feio morder a mão que te alimenta, mas na briga entre o advogado e o político, eu torço pela briga”.
“Tão logo as pesquisas confirmaram a insatisfação do povo nas ruas, o advogado já sinalizou que é hora de procurar alternativas”, continuou o comentarista.
Já Cardozo enxerga que a mensagem exposta acaba servindo de munição para a oposição, e que as consequências do que foi feito não chegaram a ser avaliadas.
“No que diz respeito a oportunidade, acho que, apesar da boa intenção do Kakay, ele não avaliou a consequência daquilo que estava sendo dito. Ele pode pensar, refletir, mas ele não está em um palco, por exemplo, em uma tese de doutoramento na academia, em que as pessoas vão pensão, vão refletir, vão tentar”, opinou Cardozo.
“Ele está em um cenário político polarizado em que aquilo que ele faz acaba sendo aproveitado pelo campo ideológico oposto, e passa a ser utilizado contra o campo que ele quer defender e quer reforçar com aquela colocação”, finalizou.
