Durante o painel, Caiado defendeu que os partidos de direita lancem candidaturas diversas no primeiro turno da eleição presidencial de 2026. Foto: Divulgação.
Durante participação na Expert XP 2025, realizada neste sábado (26) em São Paulo, o governador de Goiás e pré-candidato à Presidência da República, Ronaldo Caiado (União Brasil), adotou um tom firme contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e delineou parte de sua estratégia para a disputa de 2026. “A minha primeira medida vai ser extremamente simpática: derrotar o Lula”, afirmou, arrancando aplausos da plateia formada por representantes do mercado financeiro e lideranças políticas.
Caiado acusou o petista de desrespeitar os princípios democráticos, governar com viés ideológico e promover uma campanha antecipada usando a máquina pública. “Quem é Lula para falar de democracia? Estava lá batendo palmas para os russos”, ironizou, em referência à postura do presidente em encontros internacionais. Para o governador, Lula trata o governo como se fosse um patrimônio partidário: “O Brasil não é do PT, o Brasil é dos brasileiros”, afirmou.
Estratégia eleitoral da direita
Durante o painel, Caiado defendeu que os partidos de direita lancem candidaturas diversas no primeiro turno da eleição presidencial de 2026, para, posteriormente, se unirem em torno de um único nome no segundo turno. Segundo ele, essa é a melhor forma de impedir que o PT concentre seus ataques em um único adversário. “Quando somos três candidatos, por exemplo, não dá para atingir todos ao mesmo tempo. E, no final, um de nós vai chegar ao segundo turno e todos os outros estarão juntos”, explicou.
A resposta foi dada a uma pergunta do diretor institucional da XP, Rafael Furlanetti. Na ocasião, Caiado reafirmou sua confiança na força da oposição. “Acreditem em nós. Nós sabemos fazer política. E, mais do que isso, sabemos governar. Governamos nossos estados com diálogo e responsabilidade”, afirmou. Ele também reconheceu a importância de nomes como o ex-presidente Jair Bolsonaro, além dos governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Ratinho Júnior (PR), destacando que cada liderança possui sua própria base de influência.
Críticas à gestão Lula e ao Congresso
O governador goiano também acusou o atual governo federal de não ter apresentado soluções concretas nas áreas essenciais, como segurança pública, saúde e educação. Para ele, a gestão petista tem se concentrado em “fofoca e politicagem”, deixando de lado os reais problemas do país. No contexto das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos, Caiado também apontou falhas na diplomacia brasileira. “O tarifaço é reflexo da ineficiência do governo em negociar com seriedade com o exterior”, disse.
Caiado aproveitou o espaço para levantar a bandeira do presidencialismo. Criticou o modelo atual de distribuição de verbas por emendas impositivas, que, segundo ele, desfigurou a essência do sistema. “Hoje, a preocupação é saber quanto cada um tem de emenda: se é individual, de comissão ou de bancada. Não temos mais um verdadeiro presidencialismo. Essa é a verdade”, avaliou.
Para ele, essa lógica se reflete em estados e municípios, prejudicando a boa gestão pública. “Imagine um prefeito que mal consegue manter a folha de pagamento e ainda tem que lidar com emendas impositivas. Essa questão precisa ser discutida”, finalizou.
Pré-candidatura já foi lançada
Ronaldo Caiado lançou sua pré-candidatura à Presidência em abril deste ano, em evento realizado em Salvador (BA). Na ocasião, reafirmou seu compromisso com a segurança pública e a valorização do estado como pilar de governança. Em maio, ele declarou que, se eleito, seu primeiro ato será assinar a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
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