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General dos kids pretos de Goiânia admite ser autor de plano para matar Lula, Alckmin e Moraes


Dos 23 militares denunciados pela PGR, 12 eram kids pretos, tropa que general Mário Fernandes comandou – Foto: reprodução

O general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL), que entre 2018 e 2020 chefiou o Comando de Operações Especiais em Goiânia – onde ficava a tropa de elite conhecida como kids pretos -, admitiu, na quinta-feira (24), ter idealizado o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”. O documento previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes.

O impacto da participação de Mário Fernandes e de alguns dos seus comandados no suposto plano para eliminar as autoridades foi tão grande que a cúpula do Exército mudou a subordinação do chamado 1º Batalhão de Operações Psicológicas, unidade dos kids pretos do Comando de Operações de Goiânia. Os oficiais de elite, recentemente, ficaram subordinados ao Comando Militar do Planalto, em Brasília. A portaria foi publicada no dia 10 de julho.

Portaria desse mês muda comando de kids pretos para Brasília

Os kids pretos são uma espécie de “tropa especial” do Exército, treinada para missões confidenciais de alto risco e para as classificadas como “operações de guerra irregular” – tais como guerrilha urbana, insurgência e movimentos de resistência. Após investigação da Polícia Federal (PF), dos 23 militares denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), 12 são kids pretos.

General diz que plano foi só um “pensamento” impresso

O general kit preto, como Mário Fernandes acabou ficando conhecido, minimizou a importância da cópia impressa do Punhal Verde e Amarelo como prova durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele disse que o plano não passava de um “pensamento” seu e um “estudo de situação” que foi digitalizado e impresso só para facilitar sua leitura. Fernandes negou ter apresentado o documento a qualquer pessoa.

“Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilar de dados, um estudo de situação meu, uma análise de riscos que eu fiz e por costume próprio resolvi digitalizar. Não foi apresentado a ninguém e nem compartilhado com ninguém”, alegou.

PF aponta impressão de ao menos três cópias antes de visita a Bolsonaro

Ele também confirmou ter imprimido o documento, mas disse que somente para “não forçar a vista”. O general garantiu que rasgou o plano de assassinato das autoridades logo em seguida.

Já as investigações da PF (Polícia Federal), apontam que três cópias do documento foram impressas no Palácio do Planalto apenas pelo general, sem informações se foram reproduzidas depois por outras pessoas.

Após a impressão dessas três cópias, cerca de 40 minutos depois, o general registrou entrada no Palácio do Alvorada, residência oficial da presidência da República. Lá estavam Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid. De acordo com a PF, Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” do plano.

Entretanto, ao ser interrogado sobre se apresentou o plano ao ex-presidente durante esse encontro, o general negou: “Eu ratifico. Impossível. Eu imprimi para ler no papel, para não forçar a vista. Após isso, rasguei. Esse horário foi uma coincidência em relação a minha atribuição administrativa e logística como secretário executivo. Não compartilhei esse arquivo com ninguém.”

A Procuradoria-Geral da República também questionou Fernandes. O procurador perguntou o motivo de a impressão ter sido feita em três cópias e uma reimpressão em outra data, com um mês de distância da primeira.

O militar respondeu que não se lembra de ter imprimido mais de uma cópia do plano e alegou ter sido uma “configuração da impressora”. Mas ele confirmou que fez nova impressão em outra data, “por ter tido uma ‘nova ideia’ e alterado o documento”.

Fernandes foi interrogado na quinta pelo STF na última parte da fase de instrução (investigação) no processo contra o núcleo 2 da organização que segundo a denúncia da PGR, planejou um golpe de Estado.

A delação de Mauro Cid informa que Mario Fernandes era um dos generais que mais incentivava que as Forças Armadas agissem para tentar uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, para impedir a posse de Lula.

Relembre sobre Plano Punhal Verde e Amarelo

Em novembro de 2024, a PF deflagrou uma operação que revelou o plano para matar autoridades. Segundo as investigações, o grupo à frente era formado em sua maioria por militares das Forças Especiais (FE) do Exército, os chamados “kids pretos” , e tinha como alvos Lula, Alckmin e Moraes.

A investigação revelou que os assassinatos foram planejados para ocorrer em 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do petista no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A ideia era envenenar as autoridades-alvos.

Além disso, estaria prevista a utilização de um arsenal de guerra, com pistolas, fuzis, metralhadora e um lança-granada. A operação revelou ainda que Moraes era monitorado constantemente a partir de Goiânia, para onde seria trazido pela força em eventual confirmação do ato terrorista.

A reportagem não localizou o contato da defesa do general Mário Fernandes. Considerado um dos mais radicais, o militar está preso desde novembro de 2024 pelo seu envolvimento na trama golpista, enquanto a ação penal tramita.


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