DENÚNCIA
Um casal denunciou que guardas municipais de Aparecida de Goiânia estupraram a sua filha durante…
Casal relata abuso de filha por guardas municipais de Aparecida durante a pandemia (Foto: Rodrigo Estrela – Prefeitura de Aparecida de Goiânia)
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Um casal denunciou que guardas municipais de Aparecida de Goiânia estupraram a sua filha durante uma invasão na casa em que vivem, em Senador Canedo. A situação ocorreu à época da pandemia da Covid-19. Já os relatos aconteceram nesta semana, na TV Anhanguera. O caso está no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).
“Chamou minha filha para ir para a cozinha. Minha filha foi. Eles pediram para ela tirar a roupa. Na parte de baixo, ela falou que não iria tirar. Aí, ele pediu para ela tirar a parte de cima da roupa. Ela tirou a parte de cima. Um chamou o outro pelo vidro e falou: ‘Olha aqui, vou dormir deliciando os seios dela’”, contou a mãe para a reportagem. Foram duas invasões sem mandado judicial, conforme a família, que também relata tortura.
O Ministério Público de Goiás entrou com um recurso contra decisão de primeira instância que desconsiderou o crime de tortura. Conforme o MPGO, entretanto, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) recebeu a denúncia contra todos os envolvidos por este delito e também por invasão de domicílio e estupro.
Na denúncia, o órgão apontou que, na primeira invasão, em setembro de 2020, a filha do casal estava sozinha com a neta dos pais dela, de 4 anos, quando os guardas chegaram. Na entrevista, a mãe disse que eles tinham saído para comprar jantinha. “A gente veio, entrou. Eles me pegaram e me colocaram na sala junto com a minha menina. Já pegou o meu esposo, jogou na área. E ali começaram as agressões”, disse à TV Anhanguera. Já o homem afirmou que questionava qual o motivo deles estarem ali. “Eles não falavam. Só me xingavam, me chamavam de chulezento, de vagabundo. Eu falei: ‘Como que eu sou vagabundo, rapaz, se eu acabei de chegar do serviço agora’.”
O homem declarou que não tem passagens criminais e nem envolvimento com drogas. A segunda invasão, conforme o MP, foi em 6 de janeiro de 2021, quatro meses depois.
Ainda na denúncia, o MP expôs que os guardas civis aproveitaram o contexto de isolamento e calamidade pública para praticar os crimes contra a família. A investigação considerou depoimentos das vítimas e testemunhas, além de imagens de câmeras de segurança da região e dados de geolocalização. O Ministério Público pede a condenação criminal dos envolvidos e indenização à família.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Aparecida disse que, assim que houve a situação, em 2020, “foi aberto um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) e os guardas civis envolvidos foram afastados das atividades operacionais e tiveram o porte de arma suspenso, conforme determina o estatuto da corporação. A pasta aguarda a conclusão do processo judicial para adotar novas medidas”.
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