Zilma Peixoto presidente da AMMA defende vida útil do aterro sanitário de Goiânia – Foto: reprodução de vídeo / Diário de Goiás
A presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), Zilma Peixoto, afirmou neste sábado (26) que o aterro sanitário de Goiânia tem sustentação para continuar por ao menos mais dois anos porque atendeu 63% das recomendações que tinham sido feitas. “Não é a Prefeitura dizendo que o aterro teria uma vida útil, é uma consultoria especializada que diz que nós teríamos [isso]”, afirmou em entrevista ao jornalista Altair Tavares, editor-chefe do Diário de Goiás.
O aterro sanitário da capital está ameaçado de interdição progressiva e controlada por uma decisão judicial desta semana, contra a qual o prefeito Sandro Mabel vai recorrer. Também neste sábado ele questionou a ação que culminou em uma liminar determinando o embargo em 60 dias e outras medidas, como revelou o DG.
Zilma confirma que as exigências estabelecidas por um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) de 2020 não foram todas atendidas por gestões anteriores, mas garante que grande parte delas foi cumprida sim. “Na realidade, não foram cumpridas 100% das exigências para que o aterro fosse licenciado. Nós estávamos aí com 63% de atendimento a todas aquelas condicionantes. Só que a situação do município, nesse momento (…) [é que] a gente tem condições de dizer que o aterro tem sustentação”, afiança ela.
A dirigente ainda cita que, entre 2022 e 2023, foi contratada pelo município uma consultoria que apresentou um relatório dando a condição de que o aterro de Goiânia, “se nada fosse feito, se nenhuma medida fosse tomada, ainda teria sete anos de vida útil. E se tomasse as providências que estavam sendo colocadas pela consultoria, nós poderíamos chegar a uma vida útil do aterro até de 14 anos. Então, baseado nisso, passaram-se, de 2022 até agora, três anos”, ponderou para completar depois: “Então, nós teríamos, minimamente, mais quatro anos pela frente”.
Presidente da AMMA confirma que licença do aterro sanitário continua suspensa: momento é de substituir modelo e tratar o lixo
Conforme ela, foi com esse argumento que a prefeitura procurou a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semad) e o Ministério Público de Goiás (MP-GO) em busca de autorização para operar no aterro por mais 12 meses ao menos, “a fim de que a gente possa substituir esse modelo de aterro sanitário por centros de tratamento de resíduos”.
O aterro vinha sendo licenciado pela AMMA em anos anteriores, lembrou ainda Zilma. Entretanto, no final de 2024, em função de não ter atendido 100% das condicionantes que foram colocadas no TAC para fazer o trato do aterro dentro das normas, foi solicitado que essa licença fosse suspensa. Então a AMA, que deu a licença antes, fez a suspensão conforme a solicitação do Ministério Público. “Então a licença encontra-se suspensa”, lembra.
Para ela, não se deveria mais falar da possibilidade de novos aterros. “No momento que a gente vive, com tantas oportunidades de tecnologias a favor do trato do resíduo sólido, a gente ainda está falando de aterro sanitário”, criticou. Além disso, na mesma linha do prefeito, ela avalia que o custo para seguir a orientação do Ministério Público, “que é levar todo o resíduo sólido urbano, que é o resíduo orgânico, para os aterros privados, isso gera um custo para a gente, como foi colocado, de mais de 102 milhões no ano”, ou quase R$ 10 milhões ao mês, como questiona Sandro Mabel.
Para ela, essa decisão não atender os princípios da economicidade e razoabilidade.
Ao concluir, a presidente da AMMA lembrou do apoio recebido por parte do senador Vanderlan Cardoso que destinou recursos para o aterro de Goiânia. “[deu] a condição de aquisição de máquinas e equipamentos para poder fazer a gestão do aterro. Foram colocados lá tratores, caminhões, para poder fazer o manejo dessa massa do aterro e hoje a gente tem essa possibilidade de manter minimamente o aterro em um ou mais dois anos de forma absolutamente sustentável, o que não justifica essa pressa em fazer com que a gente leve o nosso resíduo para o aterro privado”, reforçou.
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