O Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), lançou, no dia 9 de abril, a chamada pública da 8ª edição do Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS) em Goiás. Participaram do lançamento representantes do Decit, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES/GO) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), além de pesquisadores e da comunidade acadêmica.
Voltado para pesquisadores com título de doutorado e vínculo formal com instituições de ensino superior ou centros de pesquisa, públicos ou privados sem fins lucrativos sediados em Goiás, o edital exige que as propostas sejam submetidas, obrigatoriamente, por meio de duas plataformas: Sistema de Informação de Ciência e Tecnologia em Saúde (SISC&T), do Ministério da Saúde, e a plataforma Sparkx, da Fapeg. Propostas enviadas por apenas uma das plataformas serão desclassificadas. Os pesquisadores goianos terão até o dia 16 de maio para enviar os projetos.
Goiás participou de 6 edições do PPSUS e, dessa vez, vai receber um investimento de R$ 4 milhões com recursos compartilhados entre o Ministério da Saúde, por meio do Decit, no valor de R$ 3 milhões, e do estado, que aportou R$ 1 milhão. O valor máximo dos projetos é de até R$ 150 mil.
A diretora do Decit, Mônica Felts, afirmou que o PPSUS é uma ferramenta indutora para que os principais problemas de saúde nos estados figurem entre as linhas prioritárias de investigação dos pesquisadores. “Juntos podemos contribuir com o desenvolvimento do SUS, propondo melhorias na saúde pública. As pesquisas, baseadas em evidências, viabilizam o aprimoramento de produtos, serviços e programas que atendam a população, transformem vidas e qualifiquem o atendimento do sistema único”, apontou a diretora.
De acordo com o diretor Científico e de Inovação da Fapeg, Cláudio Rodrigues Leles, este será o ano da ciência em saúde em Goiás e a chamada pública do PPSUS estava sendo aguardada pela comunidade científica que participou da construção do edital, articulando com os gestores locais as definições das prioridades. “O PPSUS tem a marca da integração dos agentes. Fizemos, inclusive, consulta pública para adaptar as temáticas, visando avanços no SUS. Esperamos projetos meritórios e os pesquisadores têm a chance de colaborar para que novas tecnologias possam ser incorporadas”, ressaltou Leles.
Eixos temáticos
Nesta edição do PPSUS, entre os eixos selecionados, estão a inovação, tecnologia, saúde digital, impacto da utilização da telemedicina e da telessaúde, avaliação da infraestrutura, dos sistemas integrados e das plataformas digitais de saúde. “Estamos construindo um futuro em que a ciência e a inovação são aliadas na promoção da qualidade de vida e da saúde dos goianos”, destacou o secretário da Saúde de Goiás, Rasível dos Reis Santos Júnior.
A Oficina de Prioridades de Pesquisa (OPP) do Programa contou com a participação de 70 trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) e 87 pesquisadores do estado, que identificaram 177 problemas de saúde, sendo que destes 49 foram priorizados e 37 tornaram-se linhas de pesquisa, consolidadas em cinco eixos temáticos:
- Programas, políticas e atenção em saúde;
- Gestão do trabalho e educação em Saúde;
- Vigilância em saúde;
- Inovação, tecnologia e saúde digital;
- Governança e regulação em saúde.
Entre os critérios exigidos, está a apresentação de um plano de tradução e disseminação do conhecimento científico gerado, com destaque para o impacto prático das pesquisas nas políticas públicas de saúde, bem como ações voltadas à inclusão de pessoas com deficiência e à promoção da equidade de gênero e étnico-racial.
Projeto e parceiros estratégicos
O PPSUS é uma iniciativa de descentralização de fomento à pesquisa em saúde nas Unidades Federativas. O Programa busca promover o desenvolvimento científico e tecnológico para atender às peculiaridades, especificidades e necessidades de saúde das populações locais e sua execução envolve parcerias nos âmbitos federal e estadual. O Decit é o coordenador nacional, e o CNPq a instituição responsável pelo gerenciamento administrativo do programa. Na esfera estadual, estão envolvidas as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAP) e as Secretarias Estaduais de Saúde (SES). As FAP executam o programa em nível estadual e atuam em parceria com as SES.
Janine Russczyk
Ministério da Saúde